sábado, 5 de novembro de 2016

Aproveite..


VOCÊ É LIVRE?



Ouço muita gente dizer:
- Sou livre, faço só o que quero fazer, enchem o peito de ar e arrotam essas frases com ar superior.
Ter liberdade e ser livre é bom mesmo, claro que sim, eu seria estúpido se afirmasse o contrario, existe uma busca frenética por liberdade desde o inicio dos tempos, ser livre para ter religião, ser livre socialmente, ser livre economicamente, etc.
Mas ser livre é só dizer: 
- Sou livre? 
E pronto, num passe de mágica as pessoas ficam livres de tudo e de todos, tão bom se fosse assim, não? 
Até eu que sou mais bobo também quero, afinal esse é um grande sonho de consumo da dita humanidade, mas não é bem assim.
Porque para mim livre é aquele que não depende de ninguém a não ser de si próprio, isso existe mesmo? Vivemos em um mundo onde estamos rodeados de pessoas e estamos a elas interligados, então como ser inteiramente livre? 
Estamos sempre dependendo de todos a nosso redor.
A não ser que tais pessoas, as que arrotam e se arrogam o titulo de livres, sejam eremitas, (aqueles que vivem isolados do mundo e das pessoas), em cavernas bem profundas, dai sim, comendo larvas e raízes, vestindo trapos ou vegetais ou sei lá o que, sendo talvez até hermafroditas, (aqueles que têm dois sexos), para que nem mesmo no amor dependam de ninguém, porque na verdade em um relacionamento seja como for existe certa dependência um do outro, de carinho, afeto, atenção, não?
Dessa forma, sim, seriam livres de verdade, bem, será mesmo? 
Porque na verdade não somos donos nem de nós mesmos, existe um dono supremo e um dia virá esse dono / real proprietário dos corpos que nos abrigam e que nos vestem e dele e exigirá a imediata desocupação dos nossos "imóvéis" emprestados sem demora, e ai?
Onde vai estar todo o arroto e a arrogância de sermos livres?

AHMAD SERHAN WAHBE

domingo, 30 de outubro de 2016

HUMILDADE

Um dia, no passado já distante,
me chamaram..elogio ou insulto?
de homem das cavernas,
introspectivo e introvertido,
bah..quantas palavras estranhas,
devo ser isso ai mesmo...sei lá...
pois que as vezes, quase sempre,
prefiro estar acompanhado de mim mesmo.

Não suporto gente convencida,
não gosto de puxa saquismos,
detesto gente que só vantagem conta,
pior que quase sempre....nesses..
só vaidade e nem sombra de talento,
assim mesmo a todo custo...
querem aparecer..ser comentados,
fazem ainda pior que a galinha,
que quando põe um ovo.....
a todos anuncia.

Bem que já se dizia...
na popular sabedoria,
quer aparecer? tão fácil ser famoso,
só pendurar no pescoço
uma grande melancia.

Devo ser mesmo um troglodita,
porque hoje em dia
é isso mesmo que mais existe,
orgulho e vaidade,
tudo quanto mais se vê e se presencia,
que pena que seja assim desse jeito,
por tudo isso fico quieto no meu cantinho.

Cada exemplo que observamos
alguém sobe na vida um pouquinho,
já anda pela rua de pescoço erguido,
já nega os comprimentos
para os antigos e esquecidos conhecidos.

e muitos outros ainda
usando como trampolim tudo,
todos, os mais nobres sentimentos,
amor, amizade, tudo é manipulado,
até a fé de pessoas simples e despojadas
acaba enredada nessa teia dos mais espertos,
daqueles que de tudo e todos
se aproveitam ou tentam pelo menos,
que triste, será que ainda tem jeito?

pois que a humildade
que para alguns é só enfeite,
e a mais pura hipocrisia,
para usar, exibir em publico,
mas quando de verdade
só enobrece e exalta,
pura pedra preciosa
que embora rara, ainda existe.

AHMAD SERHAN WAHBE

Não adianta explicar...


terça-feira, 27 de setembro de 2016

A justiça injusta


Sou um empresário, assim como milhões de outros, que lutam duramente  todo dia, todos os dias apenas para continuar a tentar ter o direito de continuar a ser empresário.
Mas o que quero realmente falar hoje não é sobre isso, mas sim sobre a justiça mais injusta que conheço que é a justiça trabalhista, justiça essa que mais parece uma espada pairando continuamente, noite e dia, sobre as nossas cabeças, o nome dessa justiça para começar devia mudar para Justiça do Empregado, justiça trabalhista é um nome ultrapassado, mal cheiroso e covarde pois não espelha a realidade em que vivemos.
Há anos tem sido assim, uma pessoa arranja um emprego, permanece nele algum tempo e ou é despedido por algum motivo, ou pede “acordo” para receber seguro desemprego e outros direitos ou pede em casos mais raros sua própria demissão, até ai tudo normal, a questão é que grande maioria dessas pessoas ou já foi reclamar algum direito que pensou ter naquela tal de justiça trabalhista ou planeja um dia fazer isso.
Sim, sei que em alguns casos o empregado tem  mesmo esse direito e precisa mesmo apelar a essa justiça, mas infelizmente fizeram dessa in justiça tudo isso que vemos hoje, a todo momento.
Pelo que sei, funciona assim, o empregado que se sente lesado vai ao advogado, normalmente pede justiça gratuita, já começa alegando que é pobre, foi prejudicado, etc, etc, o advogado o ouve, analisa e normalmente conclui que deverão pedir no mínimo umas cem vezes mais do que seria realmente o pedido inicial dizendo ao cliente que é preciso fazer isso para forçar um acordo decente e favorável, a eles, claro, recheia a ação de um monte de inverdades e joga para o reclamado, (empresário) o ônus da prova, ou seja o reclamado que se vire.
O empresário recebe a ação informando data e hora da audiência e normalmente se assusta com a soma que está sendo exigida, não sei se eu diria melhor, “extorquida”, como não tem o que fazer procura um advogado e este o ouve, analisa, num primeiro momento anima o empresário dizendo que não é assim, o empregado também tem que provar suas afirmações, mas que o bom mesmo é optar por um acordo porque, veja bem, se deixar para o julgamento do juiz, este poderá dar ganho de causa total ao empregado e isso iria custar muito caro ao empresário, a essa altura aterrorizado.
Enfim, depois de dias e noites de pesadelos nos quais o empresário gasta inúmeras horas de seu tempo tentando reunir provas e testemunhas, chega o dia fatal da audiência na qual todos vão estar frente a frente. Assim começa a execução ou melhor a audiência, o senhor juiz mal olha para ninguém, os doutos advogados informam que haverá uma tentativa de acordo, na verdade já estão confabulando e fazendo cálculos, o empregado, lá, quieto e inocente mal ergue os olhos, perfeito anjo caído do céu, o empresário dizendo aos ouvidos de “seu” advogado, epa, mas isso está errado, ele não tem direito a isso, não tem direito a aquilo, o “seu” advogado mal o escuta, os olhos fixos na calculadora e no seu oponente momentâneo, será que eu não diria melhor, seu parceiro, quem sabe amigo,  do lado oposto? Enfim, decidem e concordam entre si que o empregado tem direito a digamos 20% do que havia “pedido”. O advogado diz então a sua presa, ops, ao seu cliente, o empresário: Está bom assim? Vamos fazer o acordo,  porque como já falei, veja bem,  se não fizer pode perder muitíssimo mais......
O empresário a essa altura, prestes a ter um enfarte, com o coração acelerado de pavor, pensa nas provas que reuniu, sabe que tem razão, que o empregado nada tem a receber além do que já recebeu, pensa em toda a responsabilidade pesando sobre seus ombros, mas pensa e repensa nas palavras de "seu" advogado, no efeito perverso que uma condenação injusta fará ao seu negócio, tenta então respirar fundo e começa a concordar em pagar os tais 20% para sair dali e conseguir respirar, a essa altura o "seu" advogado já está fechando o acordo, o senhor juiz que mal olhou para ninguém recebe a informação que a "conciliação" foi feita e manda homologar o acordo, todos sorriem felizes, deverão todos, principalmente o empregado celebrar e festejar com muitas "geladinhas" usando o dinheiro que irá receber, dinheiro esse tão "duramente" conquistado,  vai rir muito, satisfeito, e ainda por cima deverá contar vantagem a seus amigos,  todos estão felizes, menos é claro, o empresário, que se sente como uma carniça sendo devorado por urubus.


AHMAD SERHAN WAHBE

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

sábado, 30 de julho de 2016

Cigana



Em alguma vida antiga, em algum lugar de um passado distante ou quem sabe, que seja em um belo e lindo sonho, fui um cigano, um nômade solto no mundo, todo dia buscando um lugar mais belo em comunhão intima com a natureza. Tive como companheiros constantes, o vento, as estrelas, o luar, a mais bela das ciganas e meu violão com seu som sempre inebriante. A noite inteira a fogueira trepidava, via no céu, lá no alto, as mais lindas estrelas, eu tocava meu violão sempre admirando e namorando a minha mais linda e sensual cigana, com suas vestes vermelhas, a sua boca carnuda e seus longos cabelos esvoaçantes, ela girava ao redor da fogueira sem nenhum cansaço e pela noite inteira dançava ao som de meu violão embriagado, com seu som apaixonado.

AHMAD SERHAN WAHBE


domingo, 17 de julho de 2016

O maior dos sentimentos


O amor,
 esse sentimento tão falado 
e tão pouco conhecido
tem residência incerta, 
não mora em detalhes,
nem em noites escuras 
e muito menos em dias ensolarados,
para ele tanto faz se é inverno,
outono, primavera ou verão,
como é incerto ninguém sabe 
ao certo de onde vem,
nem como nasce e muito menos 
se realmente morre.

Uns dizem que morre de morte morrida 
ou vai lá saber, de morte matada
que pode ser causada pelo tédio, 
pela falta de alimento, de alento,
pela indiferença, 
pela falta de vontade e pela ausência,
e seja como for que morra,
dizem que de alguma forma morre
e dele depois não se dá nem noticia.

Outros ainda dizem que quando 
é puro e verdadeiro
não nasce e nem morre, 
simplesmente em algum instante
aos eleitos se revela.

Do amor só se sabe bem que não se preocupa
 com chuva ou sol,
não respeita idade, nem cor, 
nem religião e muito menos
grau de instrução,
quando quer irrompe 
e vem como uma inundação,
não tem hora nem lugar,
vem durante o dia ou a noite 
como um sorrateiro ladrão.

Quando em algum coração
 lança sua semente,
essa de um instante a outro germina 
e cria raízes fortes
e sólidas que se entranham 
e se espalham até que de tudo toma conta,
do corpo, do sangue, 
da mente e do coração.

Nem sempre quem é atingido
 sabe bem o que fazer
 com esse sentimento,
alguns por um motivo 
ou outro simplesmente o jogam
em alguma vala escura como 
se lixo incômodo fosse
e o deixam para trás esquecido,
esses irão passar suas vidas
remoendo o remorso 
e o arrependimento.

Outros a ele se agarram 
com todas as suas forças
e por ele chegam a dar 
a própria vida e disso dizem
jamais sentir algum arrependimento.

AHMAD SERHAN WAHBE