terça-feira, 27 de setembro de 2016

A justiça injusta


Sou um empresário, assim como milhões de outros, que lutam duramente  todo dia, todos os dias apenas para continuar a tentar ter o direito de continuar a ser empresário.
Mas o que quero realmente falar hoje não é sobre isso, mas sim sobre a justiça mais injusta que conheço que é a justiça trabalhista, justiça essa que mais parece uma espada pairando continuamente, noite e dia, sobre as nossas cabeças, o nome dessa justiça para começar devia mudar para Justiça do Empregado, justiça trabalhista é um nome ultrapassado, mal cheiroso e covarde pois não espelha a realidade em que vivemos.
Há anos tem sido assim, uma pessoa arranja um emprego, permanece nele algum tempo e ou é despedido por algum motivo, ou pede “acordo” para receber seguro desemprego e outros direitos ou pede em casos mais raros sua própria demissão, até ai tudo normal, a questão é que grande maioria dessas pessoas ou já foi reclamar algum direito que pensou ter naquela tal de justiça trabalhista ou planeja um dia fazer isso.
Sim, sei que em alguns casos o empregado tem  mesmo esse direito e precisa mesmo apelar a essa justiça, mas infelizmente fizeram dessa in justiça tudo isso que vemos hoje, a todo momento.
Pelo que sei, funciona assim, o empregado que se sente lesado vai ao advogado, normalmente pede justiça gratuita, já começa alegando que é pobre, foi prejudicado, etc, etc, o advogado o ouve, analisa e normalmente conclui que deverão pedir no mínimo umas cem vezes mais do que seria realmente o pedido inicial dizendo ao cliente que é preciso fazer isso para forçar um acordo decente e favorável, a eles, claro, recheia a ação de um monte de inverdades e joga para o reclamado, (empresário) o ônus da prova, ou seja o reclamado que se vire.
O empresário recebe a ação informando data e hora da audiência e normalmente se assusta com a soma que está sendo exigida, não sei se eu diria melhor, “extorquida”, como não tem o que fazer procura um advogado e este o ouve, analisa, num primeiro momento anima o empresário dizendo que não é assim, o empregado também tem que provar suas afirmações, mas que o bom mesmo é optar por um acordo porque, veja bem, se deixar para o julgamento do juiz, este poderá dar ganho de causa total ao empregado e isso iria custar muito caro ao empresário, a essa altura aterrorizado.
Enfim, depois de dias e noites de pesadelos nos quais o empresário gasta inúmeras horas de seu tempo tentando reunir provas e testemunhas, chega o dia fatal da audiência na qual todos vão estar frente a frente. Assim começa a execução ou melhor a audiência, o senhor juiz mal olha para ninguém, os doutos advogados informam que haverá uma tentativa de acordo, na verdade já estão confabulando e fazendo cálculos, o empregado, lá, quieto e inocente mal ergue os olhos, perfeito anjo caído do céu, o empresário dizendo aos ouvidos de “seu” advogado, epa, mas isso está errado, ele não tem direito a isso, não tem direito a aquilo, o “seu” advogado mal o escuta, os olhos fixos na calculadora e no seu oponente momentâneo, será que eu não diria melhor, seu parceiro, quem sabe amigo,  do lado oposto? Enfim, decidem e concordam entre si que o empregado tem direito a digamos 20% do que havia “pedido”. O advogado diz então a sua presa, ops, ao seu cliente, o empresário: Está bom assim? Vamos fazer o acordo,  porque como já falei, veja bem,  se não fizer pode perder muitíssimo mais......
O empresário a essa altura, prestes a ter um enfarte, com o coração acelerado de pavor, pensa nas provas que reuniu, sabe que tem razão, que o empregado nada tem a receber além do que já recebeu, pensa em toda a responsabilidade pesando sobre seus ombros, mas pensa e repensa nas palavras de "seu" advogado, no efeito perverso que uma condenação injusta fará ao seu negócio, tenta então respirar fundo e começa a concordar em pagar os tais 20% para sair dali e conseguir respirar, a essa altura o "seu" advogado já está fechando o acordo, o senhor juiz que mal olhou para ninguém recebe a informação que a "conciliação" foi feita e manda homologar o acordo, todos sorriem felizes, deverão todos, principalmente o empregado celebrar e festejar com muitas "geladinhas" usando o dinheiro que irá receber, dinheiro esse tão "duramente" conquistado,  vai rir muito, satisfeito, e ainda por cima deverá contar vantagem a seus amigos,  todos estão felizes, menos é claro, o empresário, que se sente como uma carniça sendo devorado por urubus.


AHMAD SERHAN WAHBE

quarta-feira, 21 de setembro de 2016